É possível aprender lições importantes para crescimento espiritual a partir das dificuldades da vida – lições que ajudarão a nos conduzir para perto de Deus e a vida eterna que ele oferece. O Livro de Eclesiastes ajuda a direcionar nosso coração para aprender essas lições valiosas.
A boa fama é melhor do que um bom perfume, e o dia da morte é melhor do que o dia do nascimento. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todas as pessoas; e que os vivos o tomem em consideração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se melhora o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria. Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção dos tolos. (Eclesiastes 7:1-5, “Nova Almeida Atualizada”).
A boa fama, isto é, a boa reputação, é como uma conquista honrosa que se ganha por meio da aplicação prática da sabedoria de Deus na vida. Um bom perfume, embora seja uma gratificação maravilhosa para os sentidos, pode ser obtido por qualquer pessoa por meio de riqueza material, independentemente de seu caráter.
A boa reputação vem de um trabalho no interior da pessoa, em seu caráter. O bom perfume, embora muito agradável, é obtido por meios materiais. A boa reputação é fruto de caráter, o qual acompanhará a pessoa pela eternidade. O bom perfume tem seu efeito agradável, mas é temporário e limitado apenas à vida física.
Em termos de aprendizado e obtenção de sabedoria para a vida e crescimento espiritual, há mais proveito em considerar o dia de morte do que o dia de nascimento. O autor de Eclesiastes não está ensinando que devemos abdicar da alegria e viver na tristeza, mas ponderando nas lições que podem ser aprendidas ao se comparar os efeitos de ambientes de alegria e de tristeza.
Frequentemente, a tristeza induz o ser humano a pensar em Deus e em seus princípios. É notável que as pessoas tendem a ponderar sobre suas vidas e a se aproximar de Deus em momentos de tristeza e sofrimento. Quando estão em um ambiente alegre, dificilmente avaliam suas vidas pensando em Deus e seus princípios.
Na alegria, certamente, há ocasião para o louvor e agradecimento a Deus. Porém, na alegria, dificilmente alguém faz uma reflexão de sua vida e toma decisões de mudar o que está errado. Ironicamente, a tristeza e o sofrimento são terrenos férteis para isso. Essa é uma das razões para Deus permitir que haja sofrimento e tristeza no mundo.
São as dificuldades da vida que, frequentemente, abrem portas para o crescimento espiritual. Isso pode ser exemplificado pelo que o Senhor ensinou ao apóstolo Paulo:
Então ele me disse: “A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Por isso, sinto prazer nas fraquezas, nos insultos, nas privações, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte. (2 Coríntios 12:9-10, “Nova Almeida Atualizada”).
É fácil perceber como o dia da morte de alguém é uma ocasião melhor para refletir sobre os princípios de Deus, e sobre o próprio Deus, do que um dia do nascimento de um bebê. O último traz alegria momentânea, mas o primeiro possibilita reflexão que pode levar à aproximação com o Senhor e à vida eterna que ele concede aos seus fiéis.
Não estamos falando de um mero sentimento de tristeza. Esse sentimento, sozinho, produz pesar e morte. Porém, as dificuldades da vida, quando usadas como ocasião para refletir sobre Deus e sua sabedoria, encaminham para uma mudança de vida e uma maior proximidade à salvação. O apóstolo Paulo entendeu isso e escreveu:
Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. (2 Coríntios 7:10, “Nova Almeida Atualizada”).
Por essa razão é que aqueles que ainda estão vivos devem considerar bem onde querem colocar seu coração. Se colocarmos nosso coração apenas na alegria e no desfrutar desta vida, nossa morte pode chegar sem que nos atentemos, e sem que tenhamos dedicado tempo para nos aproximar de Deus. Estaríamos selando nosso destino para longe de Deus, pois a sua sabedoria e operação em nós teriam sido trocadas por meras satisfações momentâneas.
Portanto, o sábio atentará mais para as lições que podem ser aprendidas com as dificuldades do que com os ambientes alegres. O ponto não é que devemos evitar a alegria desta vida – ela nos foi dada como dádiva de Deus. O ponto é não tornar a busca por alegria como a prioridade na vida, pois lições melhores são extraídas dos momentos de dificuldade.
O sábio dedicará seu coração em aprender lições valiosas extraídas das dificuldades da vida para seu crescimento espiritual. Ele usufrui da alegria, mas coloca cada coisa em seu devido lugar. Lições que transformam vidas são muito mais importantes do que momentos temporários de satisfação em que não ocorre transformação.
A tristeza propicia melhor possibilidade de reflexão e aprendizado do que a gargalhada. Um sábio entende isso e vai dedicar seu coração a aprender lições valiosas a partir dos momentos de tristeza, luto e repreensão. Um tolo vai querer dedicar seu coração a buscar alegrias da vida que não geram transformação para melhor.
Não seja mais um tolo no mundo buscando se encher de alegrias transitórias que não trarão benefício a médio e longo prazo. Dedique-se a aprender das dificuldades da vida para se aproximar de Deus. Se você realmente deseja estar livre de dor e sofrimento, saiba que encontrará isso apenas na vida eterna junto com o Senhor.
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